quarta-feira, 4 de maio de 2016

O QUE ESCREVER, QUANDO O QUE SE QUER É CHORAR?




TERÇA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2016
O QUE ESCREVER, QUANDO O QUE SE QUER É CHORAR?
feicibuqui do Francisco Costa



Há o compromisso de escrever, a vontade de escrever, mas o desânimo bloqueia idéias, trava os dedos, deixa na impaciência inútil do que espera e sabe que a pessoa amada não virá.

Toda a farsa do golpe está desmontada.

Antes havia uma errônea interpretação, proposital, para justificar um estupro político, mas depois de ontem, quando o Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União afirmou literalmente que não houve pedaladas em 2015, já não há mais erro de interpretação, mas invenção, calúnia, mentira.

Eduardo Cunha, diante do qual Marcola e Beira Mar são inocentes escoteiros, continua 
dando as cartas políticas, indicando nomes para ministérios, pretendendo ter de seu, via um laranja, o diretor da Polícia Federal.

Malafaia ganhará cargo chapa branca, a Universal estará em um dos ministérios, muito provavelmente o de Ciência e Tecnologia, o que é a negação da ciência, substituindo os estudos da Genética e da Evolução, que permite o desenvolvimento de fármacos na guerra contra os micróbios, do melhoramento genético do gado e dos cultivares, o ataque ao câncer... Pela fábula dos bonequinhos de barro.

Tudo começou em 2009, quando a Cia deu cursos de “Direito Político” a uma carreada de Procuradores do Ministério Público e Juízes de aluguel, introduzindo a estranha figura de crime lícito e crime ilícito, até então inexistente no nosso sistema legal.

E o que é isso?

Os norte americanos impõem uma política de terror, no Oriente Médio, onde vale tudo por petróleo, o que exigiu deste Estado terrorista a adaptação das suas leis, para conviver, dirigir e justificar isso.

Crimes lícitos são aqueles que justificam o sistema, fortalecendo-o, passando a funcionar como um fundo de reserva, fortalecendo a posição do criminoso, politicamente, e que pode eventualmente ser usado se os criminosos ficarem em situação adversa.
Isto justifica os presos e indiciados na Lava Jato e no STF, como justifica os “não vem ao caso”: Aécio, FHC, Álvaro Dias, Aloysio Nunes, Michel Temer, Eduardo Cunha... E mais todos os fascistas artífices do golpe.

É isto que justifica as fortunas imensas de sheiks, califas e omãs, no Oriente Médio, receptadores das migalhas multinacionais, para dominarem sobre povos miseráveis, para bem recepcionarem os caças do império vomitando a morte.

A outra arma norte americana, também usada no Oriente Médio, é a mentira e a manipulação da opinião pública, via mídia.

Bastou Sadhan Houssein ter arroubos nacionalistas, querer estatizar a exploração, o refino e a comercialização do petróleo para o mundo ficar sabendo que o Iraque estava desenvolvendo a produção de armas atômicas de grande poder destrutivo, armas químicas letais e biológicas, capazes de por em risco toda a humanidade.

Por mais quem Sadhan e toda a cúpula iraquiana negassem, isso justificou a invasão norte americana, matando mais de cem mil civis, destruindo toda a economia daquele país, para constatarem que não havia sequer instalações para pesquisas de armas nucleares, químicas e biológicas, que não havia cérebros (cientistas) iraquianos com conhecimentos suficientes para empreender essas pesquisas, mas o petróleo passou para as mãos das chamadas Sete Irmãs do Petróleo e empreiteiras norte americanas reconstroem o país, remuneradas pelos royalties que deveriam atender aos mutilados, órfãos e viúvas da guerra.

No Brasil usam a mesma tática, criando pedaladas inexistentes em 2015, depositando fortunas na reputação de Lula, apontando ditaduras comunistas, bolivarianas e babaquices que tais, alimentando um povo propositalmente iletrado e pronto para ser dominado.

Para exercer o poder local, mantendo os povos nas correntes da alienação, do comodismo, da apatia, servem-se, lá, das lideranças fundamentalistas religiosas, racistas, xenófobas, misóginas... Em fanatismo tanto que capaz de justificar massacres de “infiéis”, por degola ou tiros, ou de suicídios, transformando seres humanos em homens bombas, em nome de Alá, leia-se Exxon, Shell, Chevron...

Aqui o golpe fará de miúdos vermes intelectuais, malafaias, felicianos, cunhas, maltas... Pastores de um infeliz rebanho doando trabalho, sangue e dízimos, em nome de Jesus, leia-se Exxon, Shell, Chevron...

Lá um Talibã consolidado, aqui, um Cristalibã consolidando-se, variações de uma mesma barbárie.

Mas resta um consolo: rigorosamente não há um só inimigo do império que não tenha sido fabricado por ele, nenhuma liderança inimiga que não tenha sido cúmplice, serviçal da Cia, a começar por Sadhan e Bin Laden.

Os sistemas trazem em si as forças que o destruirão, é a lei natural, que o diga o velho barbudo.

Passei a juventude resistindo a uma ditadura americanófila e agora, já no usufruto da terceira idade, quando me imaginei morrendo com um bom livro nas mãos, ameno, para conforto, ou científico, para atender a minha infinita curiosidade, talvez na estufa, entre folhas e flores, no atelier, brincando com azuis e amarelos, na construção dos verdes, quem sabe cometendo mais um conto ou um poema, surpreendo-me na trincheira, ainda que virtual, reagindo não mais a uma ditadura de americanófilos, mas de norte americanos casualmente nascidos aqui, cometendo o desplante de se dizerem brasileiros.

Justo quando me pensei um velhinho lúdico e brincalhão obrigaram-me ao ódio novamente.

Que assim seja!


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